Ecoturismo em Portugal

A oportunidade de dar um significativo impulso no escopo do desenvolvimento sustentável do turismo no nosso país, tem através do ecoturismo um instrumento de excepcional valor que urge colocar no terreno.

Por esta via, poderemos contribuir para a promoção, apoio e realização de um aproveitamento mais racional e sustentável das potencialidades endógenas das regiões, para a conservação ambiental, para o desenvolvimento rural e para a melhoria de vida das populações residentes, alinhando-se esta estratégia com o esforço que é necessário fazer para a mitigação do esvaziamento demográfico que se verifica no interior do país e para a redução de assimetrias regionais na procura de uma sociedade mais inclusiva e de uma maior coesão territorial.

Seguir os princípios do ecoturismo significará a observância de aspectos que se poderão diferenciar uma oferta turística de equilíbrio sustentável e que se poderá traduzir deste modo:

  • Impactes negativos mínimos e controláveis nos ecossistemas naturais e atitude regenerativa;

  • Dimensão adequada de grupos de turistas; turistas interessados e ambientalmente empenhados;

  • Fomento do respeito pela cultura local e pela natureza,

  • Experiências positivas e gratificantes, para visitantes e para visitados com atividades educativas, científicas e lúdicas;

  • Contributo financeiro dirigido para a conservação e gestão dos espaços naturais e culturais locais;

  • Criação de mais-valias sócio-económicas para as populações locais;

  • Abordagem holística e integradora das valências, activos, recursos e potencialidades dos territórios;

  • Foco geográfico nas áreas protegidas e classificadas e em outras áreas com valores relevantes do património natural e cultural;

  • Adopção de políticas ambientais adequadas e de maior sustentabilidade.

A implementação regional do ecoturismo em Portugal, suportado por uma legislação capaz, irá dar um incentivo primordial e ampliar no campo das operações, a capacidade de conceber, programar e de colocar no terreno actividades ecoturísticas, com iniciativas que apoiam a preservação e a conservação da natureza, que observam a significância da paisagem natural e da paisagem construída, que fomentam a educação ambiental nos turistas, o apreço pela cultura e pelos valores regionais e de contributo para a economia local.

E se ligarmos os guias locais, bons conhecedores do património natural e da cultura local, proporcionando experiências emocionais de elevado valor, com conexões de nível físico, espiritual, social ou intelectual, que ficam retidas na memória do visitante por muito tempo e com a abordagem de uma estada criativa nas experiências de aprendizagem e de envolvimento participativo nas áreas das artes, do património e do saber-fazer ou em aspectos especiais dos lugares e de conexão com as comunidades, chegaremos a um ecoturismo fortemente distintivo, cujo potencial de explorar se apraz poder registar no nosso país.

Abre-se, porquanto, a possibilidade de uma diversificação da oferta turística de qualidade e especializada, que aporta transversalidades positivas no tecido económico local, promovendo uma economia de proximidade que é geradora de emprego e de fixação de população jovem, reforçando a valorização dos produtos regionais, dando maior visibilidade à necessidade de preservação e investimento no património natural, material e imaterial e histórico, na premissa de que cuidamos e estimamos melhor o que conhecemos bem e prosseguindo a sensibilização para escolhas de consumo sustentável e de educação ambiental.